Este percurso foi elaborado a partir de 1993, com previsão de se percorrer aproximadamente 7000km, porém o tempo foi passando e as dificuldades na produção da viagem foram grandes.

Mesmo assim contei com o apoio de algumas empresas e com a participação da mídia impressa e eletrônica na sua divulgação, o que contribuiu para o sucesso na realização deste trabalho.

Mesmo sabendo das dificuldades financeiras que enfrentaria resolvi seguir adiante e realizar o percurso, comprei uma bicicleta usada que atendia a minha necessidade, tinha dúvida por ser de alumínio,porém a marca Trek me dava tranqüilidade. Assim em novembro de 1994 segui para Adelaide, capital do Estado do Sul da Austrália para iniciar uma longa pedalada.

Como na viagem anterior, em 1991 França-Egito, eu não havia determinado um percurso fixo, apenas pontos de referência para servirem de base e também com a intenção de me motivar com o próprio pedal do dia a dia, estando livre para seguir meus sonhos.

No dia 16 de novembro sai pedalando depois de me despedir do James e de sua família, eles seriam meu canal de comunicação e ponto de referência durante toda viagem. Segui pela Great Ocean Road até a cidade de Melbourne, dali para Canberra capital do país e então Sydney, com a propaganda feroz dos escritórios de turismo, resolvi pedalar até o Parque Nacional de Blue Montains a 100km oeste da cidade, muito bonito, mas me lembro de considerar um tempo perdido no meu cronograma. Segui pedalando, Newcastle, Grafton, Surfers Paradise, Brisbane, Rockhampton, Mackay, Townsville, Cairns e Port Douglas, completando 6300km no dia 16 de fevereiro de 1995.

Conforme planejado, tomei um avião até a cidade de Darwin, capital do Território do Norte, onde me preparei para seguir pedalando de volta para Adelaide. Darwin, Parque Nacional de Kakadu, Katherine, Tennant Creek, Alice Springs, Ayers Rock, Coober Pedy, Port Augusta, Port Pirie, Adelaide.

Depois de 5 meses pedalando, 10.756km percorridos era hora de me organizar novamente, desta vez para voltar para casa. Meu querido amigo James Neate e toda sua família mais uma vez me receberam em casa, sem eles minha viagem não seria a mesma. Minha bicicleta querida, aquela usada, de alumínio que comprei em São Paulo, foi valente, mas teve que ser vendida para pagar minha passagem de ônibus para Sydney onde tomei o avião de volta para o Brasil.